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Clima
e mudanças climáticas
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O Clima pode ser definido como o conjunto de condições
meteorológicas (temperatura, umidade, chuvas, pressão e ventos) que mantém
características comuns em uma determinada região. Variações no clima fazem
parte da dinâmica
ambiental do planeta.
A
temperatura média da Terra gira em torno de 15º C. Isso ocorre porque existem
naturalmente gases, como o dióxido de carbono, o metano e o vapor d’água em
nossa atmosfera que formam uma camada que aprisiona parte do calor do Sol. Se
não fossem esses gases, a Terra seria um ambiente gelado, com temperatura média
de -17º C. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa. Não fosse por ele, a vida
na Terra não teria tamanha diversidade.
Só que desde que o homem “descobriu” o fogo e o inicio da revolução industrial,
começamos a usar intensivamente o carbono estocado durante milhões de anos em
forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, para gerar energia, para as
indústrias e para os veículos. As florestas, grandes depósitos de carbono,
começaram a ser destruídas e queimadas cada vez mais rápido. Com isso, imensas
quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases começaram a ser
despejadas na atmosfera, tornando a camada que retém o calor mais espessa. Isso
intensifica o efeito estufa. E nosso planeta, agora, já mostra sinais de febre.
Por isso, o aquecimento do planeta é o maior desafio ambiental do século 21.
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Carvão Mineral
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O carvão mineral é oriundo do
soterramento e da decomposição de material vegetal que, ao longo do tempo,
perde oxigênio e água e ganha carbono. Usado como fonte geradora de energia, a
combustão do carvão é responsável pela emissão de grandes quantidades de gás
carbônico (CO2). Sua utilização como combustível, análoga aos derivados do
petróleo, vem aumentando gradativamente e, como conseqüência, há uma previsão
para os próximos 50 anos de um acréscimo de 50% na emissão de gases que
provocam o aquecimento do planeta.
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Desmatamento
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No Brasil, o desmatamento é
responsável por cerca de 80% das emissões de carbono porque depois de
derrubada, a floresta é queimada para realizar plantio ou transformar aquela
área em pasto.
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Os
efeitos da catástrofe no Brasil
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A
questão é especialmente grave no Brasil, um país já marcado por muitos extremos
climáticos, o que implica em secas, enxurradas, deslizamentos de encostas,
inundações e vendavais, os quais certamente irão se intensificar. Por isso,
eles têm o potencial de perturbar a vida dos brasileiros tanto ou mais do que o
aumento de temperatura propriamente dito.
São exemplos de extremo
climático o furacão Catarina, evento raro em território nacional, que
prejudicou agricultores e desabrigou famílias no sul do país em 2004, e ainda a
seca na Amazônia em 2005, que levou a região a apresentar o menor índice
pluviométrico em quase meio século. Sem falar na maior temperatura já
registrada na história do país: 44,6º C na cidade de Bom Jesus (PI), também em 2005,
e as inundações em Minas Gerais e São Paulo neste início de 2007.
Tanto
os extremos climáticos quanto o aquecimento estendem seus efeitos para o campo
econômico. Os sintomas dessa crise ambiental atingem diretamente a agricultura.
A redução nos lucros do agronegócio, que responde por mais de 25% do PIB
(Produto Interno Bruto) poderá causar prejuízos de até 10% à riqueza nacional,
de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da escola
Superior de Agricultura Luís de Queiroz (CEPEA/Esalq), de São Paulo.
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas
Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade estadual de
Campinas (Cepeagri/Unicamp), também no Estado de São Paulo, revela que, num
cenário mais pessimista, as safras dos principais grãos cultivados no Brasil
podem cair pela metade no próximo século.
Responsável por 5% do PIB do agronegócio
brasileiro, o café seria o produto mais prejudicado, com queda de 90% na
produção. O grão deixaria de existir para sempre nas zonas tradicionais de
cultivo, como o Oeste paulista, para ser produzido somente em regiões do
território nacional com temperaturas mais amenas, como o Paraná e o Rio Grande
do Sul.
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Como será o futuro? AS SEIS PRAGAS DO AQUECIMENTO
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Seis
mudanças de grandes proporções causadas pelo aquecimento global estão
relacionadas a seguir. Todas estão ocorrendo agora, afetam não apenas o clima
mas perturbam a vida das pessoas e têm como única previsão futura o agravamento
da situação. É assustador observar que eventos assim, de dimensões ciclônicas,
sejam o resultado do aumento de apenas 1 grau na temperatura média da Terra,
uma fração do calor previsto para as próximas décadas.
•
O Ártico está derretendo – A cobertura de gelo da região
no verão diminui ao ritmo constante de 8% ao ano há três décadas. No ano
passado, a camada de gelo foi 20% menor em relação à de 1979, uma redução de
1,3 milhão de quilômetros quadrados, o equivalente à soma dos territórios da
França, da Alemanha e do Reino Unido.
Figura 1- antes
Figura 2- depois
•
Os furacões estão mais fortes – Devido ao aquecimento das
águas, a ocorrência de furacões das categorias 4 e 5 – os mais intensos da
escala – dobrou nos últimos 35 anos. O furacão Katrina, que destruiu Nova
Orleans, é uma amostra dessa nova realidade.
•
O Brasil na rota dos ciclones – Até então a salvo desse tipo de
tormenta, o litoral sul do Brasil foi varrido por um forte ciclone em 2004. De
lá para cá, a chegada à costa de outras tempestades similares, ainda que de
menor intensidade, mostra que o problema veio para ficar.
•
O nível do mar subiu – A elevação desde o início do
século passado está entre 8 e 20 centímetros. Em certas áreas litorâneas,
como algumas ilhas do Pacífico, isso significou um avanço de 100 metros na maré alta.
Um estudo da ONU estima que o nível das águas subirá 1 metro até o fim deste
século. Cidades à beira-mar, como o Recife, precisarão ser protegidas por
diques.
•
Os desertos avançam – O total de áreas atingidas por
secas dobrou em trinta anos. Uma quarto da superfície do planeta é agora de
desertos. Só na China, as áreas desérticas avançam 10.000 quilômetros
quadrados por ano, o equivalente ao território do Líbano.
•
Já se contam os mortos – A Organização das Nações
Unidas estima que 150.000 pessoas morrem anualmente por causa de secas,
inundações e outros fatores relacionados diretamente ao aquecimento global. Em
2030, o número dobrará.
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Estudo
e combate
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As
pesquisas são efetivamente assustadoras, mas por outro lado, elas são
simultaneamente uma forma de combater os problemas. O estudo do Ceagri/Unicamp
cruza as previsões do Painel Intergovernamental sobre udança Climática com o
zoneamento de risco climático das cinco principais culturas agrícolas do Brasil
(café, arroz, milho, feijão e soja), de modo a prever o quê, quando e onde se
pode plantar diminuindo os prejuízos por causa do clima.
Isto
é, a pesquisa permite avaliar que zonas seriam aptas para o plantio das
culturas selecionadas, se houvesse um aumento de 1,5º C, 3º C, ou 6º C,
determinando em que áreas de cultivo o aquecimento global faria as temperaturas
ultrapassarem os limites de cada um desses produtos, provocando queda na
produção.
Desse
modo, o projeto do Ceagri/Unicamp, que também conta com o apoio da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pode antever e propor soluções
que reduzam a perda de 70% da área agrícola do Brasil.
Aprenda aqui sobre 10 medidas para cortar suas próprias emissões de carbono, em casa e no
trabalho.
1 - Troque as lâmpadas. Use lâmpadas fluorescentes.
2 - Desligue o computador à noite.
3 - Só compre móveis feitos com madeira certificada pelo FSC e
pressione a prefeitura do seu município a aderir ao programa Cidade Amiga da
Amazônia.Filie-se ao Greenpeace.
4 - Coma
produtos locais.
5 - Reduza seu consumo de carne vermelha.
6 – Desligue os aparelhos ma tomada, os aparelhos em stand by são responsáveis
por 15% da sua conta de energia.
7 - Diminua a potência do ar-condicionado e limpe o aparelho.
8 - Dirija menos, voe menos.
9 - Plante uma árvore, ou duas, três...
10 - Recicle, reutilize e reduza o uso de materiais.
As mudanças climáticas ameaçam
milhões de pessoas, suas culturas e uma parte significativa da
biodiversidade mundial.
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